Já lá vão 17 dias que cheguei. A preguiça continua, daí a falta de actualizações no blog. Tenho que terminar de contar a experiência e acabar com ele.Quando estava a voltar vinha de mau humor, zangada. A viagem foi enorme. Fui de Portland para Frankfurt e daí para Lisboa. Quando parei e esperei em Frankfurt chorei, não sei se de raiva ou tristeza, por ter deixado os EUA. Não me apetecia voltar a Portugal, a não ser pela família. Lutei um bocado em deixar de falar em Inglês. Acho que, inconscientemente, qaundo cheguei a Lisboa, ainda falei em Inglês no aeroporto.No avião, os que estavam ao meu lado eram portugueses. Como eu falei inglês com a hospedeira algumas vezes, eles achavam que eu era inglesa, ou coisa do género. Falaram o tempo todo em português, discutiram negócios, assuntos íntimos, etc (acho eu, porque nem ouvi bem. Estava demasiado absorvida nos meus dramas). Eu tentei não me levantar durante a viagem (de 3h), mas a certo ponto não consegui. Então tive que pedir licença, porque ia do lado da janela. Claro que falei em português. Quando saí ouvi a mulher: ah, ela fala português!!!! Ouviu a nossa conversa toda!!!! Até pensei dizer que não tinha prestado atenção nenhuma, mas não disse nada. Estava triste, sinceramente, estava. I was done with the Au Pair life, but not done with America!!! O pessoal do aeroporto de Frankfurt (seguranças e afins) não pescam nada de inglês. Talvez percebam alguma coisa, mas quando respondem é através de grunhidos. A minha aventura de tentar telefonar à minha Mãe de lá foi frustante. Ninguém me sabia explicar como usar o telefone. Quando fui à papelaria comprar um call card, não podia levar o carro das malas. Quis deixar num cantinho mas o homem só dizia: no allowed! No allowed! Eu lá falei, tentei explicar. Acho que ele, só para se safar do facto de que não estava a pescar nada do que eu dizia, deixou ficar as malas onde eu pedi e apontei. Respondeu-me: Ok, Ok!!!Consegui telefonar!Mas o mais engraçado de tudo foi no aeroporto de Portland.AH, valha-me... Só a mim!Então, o grande dilema: AS MALAS E O EXCESSIVO EXCESSO DE CARGA! Eu tinha tanta, mas tanta coisa!!!! Tentei desde sentar-me em cima das malas até a aspirar o ar dos sacos de plástico onde pus a roupa. O tempo que levei de aspirador e fita-cola na mão a sugar o ar e tapar os buracos.No sábado anterior fui com a Ciliana ao aeroporto pesaras malas só para ter uma noção do estado caótico do meu problema. Depois de ter sido chamada de Jumenta e portuguesinha pela minha Silly Cili pesei as malas e fiquei satisfeita porque estava tudo abaixo do peso permitido.Voltámos, e eu continuei a encher as malas de tralha e a cugar o ar com o aspirador. A Ci bem que dizia que sugar o ar não fazia desaparecer o peso mas eu achava piada a ver os sacos reduzirem de tamanho drasticamente.Bem, no dia, quando fui levar as malas para o Check in... A mais leve pesava 33,6 Kg, a outra pesava 37Kg. A mala de mãe pesava 16 Kg e só podia pesar 8Kg, para além da mochila que eu ainda tinha para levar às costas. Bem, terrível. A senhora disse que não podiam autorizar, etc. A mala mais leve deixou passar (a de 33.6Kg) mas as outras tinham mesmo que reduzir o peso. Bem, voltei atrás, abri as malas, tirei sacos de roupa, troquei coisas, tirei de um e pus no outro... Resumindo: deixei 2 sacos(daqueles médios do lixo) de roupa de inverno para trás. Senão tinha que pagar 127dlrs pelo excesso.Bem, safei-me disso mas não me safei de ser toda revistada ao passar a zona onde estão os detectores de metais e etc. Pedem-me para dirigir a uma entrada diferente. O meu bilhete tinha um tracejado cor-de-rosa. Mandam-me por tudo num balcão, descalçar os sapatos, tirar metais, cintos, pulseiras, relógios... Bem, a tralha toda. O pessoal que me foi levar ao aerporto estava a ver tudo. Só tiravam fotografias e eu só me ria. Estava a achar imensa piada.Passo naquela porta e depois mandaram-me por os pés nas marcas de um tapete (ficando de pernas abertas). Passaram um detector de metais em forma de bastão pelas pernas, braços, tronco. Eu, a rir, perguntei-lhe se faziam isto a toda a gente. Aí ela explicou que fui escolhida, devido à marca no bilhete. Um outro homenzinho calçou umas luvas de plástico e começou a revistar as minhas malas todas (o saco de mão, a mochila e a mala com os documentos). Agora, quem me conhece sabe como eu sou e vou carregada de tralha. É assustador até para mim, agora imaginem para o desgraçado. Quando ele abre a minha mochila oiço-o dizer: So much stuff!!!As pendurezas iam lá todas. Coitado. Não viu o saco todo.Eu estava, extremamente, preocupada porque num dos sacos da roupa eu tinha 2 sacos de ziploc com mistura para fazer panquecas. O pó era branco. Fui super avisada para não o levar, mas eu não sou nada teimosa... Tinha que levar!!!! Fiquei cheia de medo que tivessem visto aquilo no raio-x e que me fossem prender, sei lá! Só conseguia rir e fazer caretas à Nanette que se fartou de tirar fotos.Eles não investigaram tudo. Ou não era preciso, ou desistiram devido à desarrumação.Fui. A minha querida Tammy chorou imenso. A Ci também. E eu, claro! Embora não tanto, acho eu.Quando cheguei a Lisboa deu depre... Especialmente, porque, na recepção das malas esteve toda a gente à espera mais de 30 min. Para as malas aparecerem. Esta desprganização é que me irrita!Tinha à minha espera a minha Mãezinha, os manos Manel e Bruno, o meu Pai e a Maria. Era só fotografias...Do Manela, claro!Foi bom tê-los lá todos!Foi bom voltar, mas... E agora??? O que faço da vida????Gostava de me ter perdido no meio da viagem... Gostava de não sofrer por estar longe da minha família... Gostava, gostava, gostava...