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saraupairinstates



Quinta-feira, 21.07.05

As aventuras nos aeroportos na viagem de regresso

Entre Frankfurt e Lisboa.JPG Já lá vão 17 dias que cheguei. A preguiça continua, daí a falta de actualizações no blog. Tenho que terminar de contar a experiência e acabar com ele.Quando estava a voltar vinha de mau humor, zangada. A viagem foi enorme. Fui de Portland para Frankfurt e daí para Lisboa. Quando parei e esperei em Frankfurt chorei, não sei se de raiva ou tristeza, por ter deixado os EUA. Não me apetecia voltar a Portugal, a não ser pela família. Lutei um bocado em deixar de falar em Inglês. Acho que, inconscientemente, qaundo cheguei a Lisboa, ainda falei em Inglês no aeroporto.No avião, os que estavam ao meu lado eram portugueses. Como eu falei inglês com a hospedeira algumas vezes, eles achavam que eu era inglesa, ou coisa do género. Falaram o tempo todo em português, discutiram negócios, assuntos íntimos, etc (acho eu, porque nem ouvi bem. Estava demasiado absorvida nos meus dramas). Eu tentei não me levantar durante a viagem (de 3h), mas a certo ponto não consegui. Então tive que pedir licença, porque ia do lado da janela. Claro que falei em português. Quando saí ouvi a mulher: ah, ela fala português!!!! Ouviu a nossa conversa toda!!!! Até pensei dizer que não tinha prestado atenção nenhuma, mas não disse nada. Estava triste, sinceramente, estava. I was done with the Au Pair life, but not done with America!!! O pessoal do aeroporto de Frankfurt (seguranças e afins) não pescam nada de inglês. Talvez percebam alguma coisa, mas quando respondem é através de grunhidos. A minha aventura de tentar telefonar à minha Mãe de lá foi frustante. Ninguém me sabia explicar como usar o telefone. Quando fui à papelaria comprar um ‘call card’, não podia levar o carro das malas. Quis deixar num cantinho mas o homem só dizia: no allowed! No allowed! Eu lá falei, tentei explicar. Acho que ele, só para se safar do facto de que não estava a pescar nada do que eu dizia, deixou ficar as malas onde eu pedi e apontei. Respondeu-me: Ok, Ok!!!Consegui telefonar!Mas o mais engraçado de tudo foi no aeroporto de Portland.AH, valha-me... Só a mim!Então, o grande dilema: AS MALAS E O EXCESSIVO EXCESSO DE CARGA! Eu tinha tanta, mas tanta coisa!!!! Tentei desde sentar-me em cima das malas até a aspirar o ar dos sacos de plástico onde pus a roupa. O tempo que levei de aspirador e fita-cola na mão a sugar o ar e tapar os buracos.No sábado anterior fui com a Ciliana ao aeroporto pesaras malas só para ter uma noção do estado caótico do meu problema. Depois de ter sido chamada de ‘Jumenta’ e ‘portuguesinha’ pela minha Silly Cili pesei as malas e fiquei satisfeita porque estava tudo abaixo do peso permitido.Voltámos, e eu continuei a encher as malas de tralha e a cugar o ar com o aspirador. A Ci bem que dizia que sugar o ar não fazia desaparecer o peso mas eu achava piada a ver os sacos reduzirem de tamanho drasticamente.Bem, no dia, quando fui levar as malas para o ‘Check in’... A mais leve pesava 33,6 Kg, a outra pesava 37Kg. A mala de mãe pesava 16 Kg e só podia pesar 8Kg, para além da mochila que eu ainda tinha para levar às costas. Bem, terrível. A senhora disse que não podiam autorizar, etc. A mala mais leve deixou passar (a de 33.6Kg) mas as outras tinham mesmo que reduzir o peso. Bem, voltei atrás, abri as malas, tirei sacos de roupa, troquei coisas, tirei de um e pus no outro... Resumindo: deixei 2 sacos(daqueles médios do lixo) de roupa de inverno para trás. Senão tinha que pagar 127dlrs pelo excesso.Bem, safei-me disso mas não me safei de ser toda revistada ao passar a zona onde estão os detectores de metais e etc. Pedem-me para dirigir a uma entrada diferente. O meu bilhete tinha um tracejado cor-de-rosa. Mandam-me por tudo num balcão, descalçar os sapatos, tirar metais, cintos, pulseiras, relógios... Bem, a tralha toda. O pessoal que me foi levar ao aerporto estava a ver tudo. Só tiravam fotografias e eu só me ria. Estava a achar imensa piada.Passo naquela porta e depois mandaram-me por os pés nas marcas de um tapete (ficando de pernas abertas). Passaram um detector de metais em forma de bastão pelas pernas, braços, tronco. Eu, a rir, perguntei-lhe se faziam isto a toda a gente. Aí ela explicou que fui escolhida, devido à marca no bilhete. Um outro homenzinho calçou umas luvas de plástico e começou a revistar as minhas malas todas (o saco de mão, a mochila e a mala com os documentos). Agora, quem me conhece sabe como eu sou e vou carregada de tralha. É assustador até para mim, agora imaginem para o desgraçado. Quando ele abre a minha mochila oiço-o dizer: ‘So much stuff!!!’As pendurezas iam lá todas. Coitado. Não viu o saco todo.Eu estava, extremamente, preocupada porque num dos sacos da roupa eu tinha 2 sacos de ziploc com mistura para fazer panquecas. O pó era branco. Fui super avisada para não o levar, mas eu não sou nada teimosa... Tinha que levar!!!! Fiquei cheia de medo que tivessem visto aquilo no raio-x e que me fossem prender, sei lá! Só conseguia rir e fazer caretas à Nanette que se fartou de tirar fotos.Eles não investigaram tudo. Ou não era preciso, ou desistiram devido à desarrumação.Fui. A minha querida Tammy chorou imenso. A Ci também. E eu, claro! Embora não tanto, acho eu.Quando cheguei a Lisboa deu depre... Especialmente, porque, na recepção das malas esteve toda a gente à espera mais de 30 min. Para as malas aparecerem. Esta desprganização é que me irrita!Tinha à minha espera a minha Mãezinha, os manos Manel e Bruno, o meu Pai e a Maria. Era só fotografias...Do Manela, claro!Foi bom tê-los lá todos!Foi bom voltar, mas... E agora??? O que faço da vida????Gostava de me ter perdido no meio da viagem... Gostava de não sofrer por estar longe da minha família... Gostava, gostava, gostava...

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por foreverthirtyfive às 14:49


12 comentários

De carla Miranda a 08.10.2005 às 07:13

olá Sara, li o teu blog e está muito bom. Eu fiz de aupair pela multiway em 2001 em Wisconsin, e passei básicamente pelas mesmas experiências. foi um ano que me afectou o resto da vida, nunca mais parei em casa, nem parei de sonhar. Tu fizeste-me lembrar de tanta coisa. obrigado por teres partilhado conosco as teus aventuras. É normal tudo pelo qual estás a passar, ainda hoje falo Inglês em casa e sempre que há oportunidade. ainda me sinto um pouco americana. Que programa fantástico. deviam todos tentar, não é um mar de rosas mas um de experiências. Gostava de falar contigo. Costumo estar no msn. beijinhos e força
Carla Miranda

De tarciana a 21.09.2005 às 04:55

sara, primeiro parabéns!!!
Você foi incrível relatando tudo e ajudando futuras au pairs...Peço que me escreva dizendo por qual agencia vc foi e se vc pagou tudo adiantado e q cursos vc fez!!!
É ótimo conhecer alguém como vc!!! Com a mesma vontade de participar de aventuras e descobrir o mundo!! Por favor, me escreva,
Tarciana- Brasília - Brasil

De Carla a 22.08.2005 às 01:15

Vim deixar um beijinho :))

De ZEZINHO a 03.08.2005 às 17:25

SE CHEGARES A LER ESTA MENSAGEM, O MOTIVO ERA A HOMENAGEM QUE ESTOU A PRESTAR Á MULHER, TÚ TB MERECES, QUE SEJAS FELIZ, ZEZINHO

De Tou a 02.08.2005 às 12:15

Olá
Adorei a tua descrição dos aeroportos, está perfeita.
Por todos os motivos e mais alguns viajo com frequência, pela europa, para os estados unidos, mas ao sair do meu Portugal sinto algo parecido com aquilo que tu descreveste, embora no sentido oposto claro. :)
Desejo que tudo te corra da melhor maneira e com muitas alegrias.

De Nuno Miguel a 28.07.2005 às 06:48

Olá.Não me conheces...Nem tentes adivinhar quem sou.Mas, gostei muito de ler alguns dos meses em que estiveste aqui nos EUA. Estava no google a tentar saber como é que poderia tirar a carta de condução internacional. Se me pudesses explicar enviar um email para o meu endereço. Obrigado. PS. Estou em San Diego a tentar ver se gero tudo como deve ser para o ano vir tirar uma pós-graduação (talvez o MBA).
Beijos,
Nuno

De Sara a 25.07.2005 às 06:15

Ana Sofia, obrigada por leres o meu blog. Nem sabes como fico satisfeita de ter pessoas interessadas na minha experiência.
Se ten vontade de fazer o programa, FAZ! Nem a toda a gente corre como correu a mim. Também muito devido a erros meus. Demasiada tolerância também é mau. Mas abre uma nova visão do mundo. das pessoas e de ti. Não por ser na américa ou por ser esta situação, mas experiências destas são muito boas. Só tens coisas positivas a colher disto!
Desde que voltei sinto que a minha vida estagnou. Por mais que critiquem a minha atitude de ter ido, eu sei que foi o melhor que poderia ter feito nesta fase da minha vida.
E estou a pensar em voltar! Aqui... Isto não muda!
Força!!!
Bjnhs

De Ana Sofia a 24.07.2005 às 07:29

olá!! eu sei k neste momento deves tar a dizer de kem é este nome? bem eu sou uma rapariga k gostava mto de ir fazer o programa e k te tem "acompanhado"(principalmente) nestes ultimos meses.
Admirei e admiro a tua coragem, qdo eu vinha ao teu blog só pensava o k é k ela tem de novo para nos dizer :) ainda me ri com várias situações k disses-te.
Nao sei se vou conseguir ir, mas há sempre uma esperança ;) Bjos

De Sara a 23.07.2005 às 12:27

Agradeço os comentários e a força, minhas queridas. Está a ser um bocadinho complicado mesmo. E a coitada da minha mãe é que leva com a pressão do meu mau humor e inadaptação.
Há-de passar. I'll just have to live with this. Se for também não vou estar bem.
Este blog acaba, porque a experiência acabou. Mas tenho imensa vontade de fazer outro.
Vamos lá a ver se não sou assaltada pela enorme preguiça, novamente!
Bjnhs às minhas 3 fiés leitoras e comentadoras!

De Carla a 23.07.2005 às 11:58

Eu estive a viver no Luxeumburgo apenas 6 meses e tive também essas sensações, Sara. Queria estar com a família e amigos, de quem morria de saudades, e ao mesmo tempo voltar para todos os amigos novos que tinha feito. Andava a planar, não sabia bem onde era o meu lugar. Isso é positivo, na minha opinião. Mostra que somos capazes de nos adaptar a qualquer lado, apesar das raízes estarem sempre a puxar por nós. Já me ri imenso com todas as peripécias, tenho pena se este blog acabar pois é sabe muito bem ler estas descrições :) Um beijo grande :)

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